No acaso dos dias, o descaso do tempo.
Nele, habita a incerteza do amanhã.
Ele nunca aceita um não como resposta, simplesmente cumpre sua missão de passar.
Passa e nos arrasta como um furacão.
Deixa um rastro de frustração pelo não vivido,
Um rastro de saudades por tudo o que foi bom.
Voa...
Nos leva por veredas, na maioria das vezes, sem muitas opções de escolha.
E tem mais, não nos conta quando acaba,
Nem como vamos chegar no fim dessa jornada.
Só sabemos que de lá, o desconhecido nos observa, nos acena.
Atrevido, rouba nossos melhores instantes,
Leva o hoje sem que percebamos.
Afasta-nos cada vez mais do ontem.
Sem aviso prévio, o amanhã bate à nossa porta.
Se mostra completamente indiferente aos  planos que fizemos,
Zomba até, dos sonhos por nós sonhados.
Seguimos amordaçados, reféns dessa loucura que chamamos viver.
Ainda que nos apeguemos ao último suspiro, nossos amores, aos bens materiais, linha de chegada um dia desponta à nossa frente.
Quer queiramos ou não, ela vai estar lá.
Destino de todos é o mesmo, rico, pobre, remendado.
Necessário se faz, que nesse interim a nós oferecido,
Façamos boas escolhas.
Ofereçamos o de melhor que temos.
Caminhemos de peito aberto,
Sorriso na cara,
Sem medo de ser feliz.
O que temos no hoje é o agora, tem que valer a pena.
Viver, não é fácil pra mim, pra você, pra ninguém,
E o tempo não espera.
Essa é a nossa única certeza, de que um dia chegaremos lá.
Não deixemos que a ingratidão nos acompanhe.
Afastemo-nos de tudo o que não nos faz bem.
Para o incerto do amanhã, mostremos nossa coragem,
Façamos bom proveito do nosso curto espaço de tempo por aqui.
Não permitamos que ele, o fim, nos encontre de mãos vazias.
Nesse caminhar, tomara Deus que ao nosso lado caminhem todos os que amamos.
Que nos tornemos necessários para eles.
Que sintam nossa falta porque também nos amam.
Para que quando ultrapassarmos a linha da chegada,
A paz de espírito, lá esteja para nos abraçar.

                                                                         

Maria Isabel Sartorio Santos
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