Ela destila uma expressão vazia,
Em frente à secular penteadeira,
O olhar misterioso de alma fria
Oculto sob o véu de carpideira...
Um cravo ressequido se desfia,
Ao lado, junto à borda de madeira...
Um gato preto vai e volta, mia,
A lhe roçar nos pés, sob a cadeira...
Há muito, esconde as mechas cristalinas...
Encobre com as negras luvas finas
As manchas sobre as mãos, enquanto as puxa...
E um toque singular na tez doente,
Expressa a luz furtiva, de repente...
E pisca, num sorriso, a bela Bruxa.
PAULO MAURÍCIO G. SILVA
© Todos os direitos reservados
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