Há um imenso inverno dentro de mim,

Apenas lágrimas invadem meu asfalto

Que caem sisudas de um degrau alto

E não sei quando isto chegará ao fim...

 

É uma chuva intensa que me tempera

Todas as brumas vivas em meu ser,

Nada eu consigo então compreender

Até que eu possa apalpar a primavera.

 

Chego à estação das flores consignado

Através dum aroma que, ao meu lado,

Enxuga,sim, as matizes desta enxurrada...

 

Descortina-se um verão de sol ardente

E um calor de amor que, entrementes,

Configura o outono de volúpia nacarada!

 

 

DE  Ivan de Oliveira Melo

Ivan de Oliveira Melo
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