É o que eu queria: 

Dizer tudo que sinto,

Me encontrar livre 

Fora deste labirinto!

Dizer da minha dor,

Dos meus desejos.

Porém, o que vejo

Me causa  pavor!

Mais frágil que eu,

Encontro o mundo.

Precisa de mais dor?

É o que me pergunto.

Tranco-me e sorrio

Com muito esplendor.

É alegria que vou dar,

Chega de tanta dor!

Ainda bem que existe

Em casa, no fim do dia,

Um caderno, um lápis…

E me esperando, a poesia!

Sento-me triste à mesa

E ansiosa ela me pede:

Escreva-me o que sentes,

Me conta o que te entristece!

E é graças a poesia,

Que me dá o que preciso,

Que posso levantar

E todo dia abrir um sorriso!

Nilson Rutizat
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