O que é esse rasgo no peito?
É isso que chamam de amor?
É essa mistura louca de felicidade e dor?
É o “contentamento descontente” que o poeta falou?
É se afogar em si mesmo na expectativa de ser salvo por quem ama?
É gritar em silêncio?
É se aquecer em um sorriso?
É se perder em um olhar?
É se achar em um beijo?
O que é o amor?
A matemática explica que “um mais um é igual a dois”,
O número de filhos que quero ter contigo e não posso deixar para depois!
A química explica que os feromônios existem na escolha do parceiro,
E nessa competição eu preciso ser o primeiro!
A física e Newton falam da lei da ação e reação,
Eu tento todo dia, esperando a reação desse coração!
A geografia já mostra em todos os mapas do mundo,
Que não dá mais para aguentar não estar junto!
A história, calma, constante e boa observadora,
Já espera para contar a nossa história encantadora!
O que é esse amor?
Se estamos na vida vagando pelo vale da solidão,
Seria o amor a placa que nos indica o caminho certo, então?
Se sentimos fome e frio,
Seria o amor a fogueira que prepara o alimento e nos tira o arrepio?
Se nossos caminhos ainda não se cruzaram em definitivo,
Peço ao bom Deus que me guarde em alívio.
O que é essa dor?
Se eu tivesse o controle da vida,
Se eu pudesse rebobinar a história dia-a-dia,
Se eu pudesse viver em vários lugares do mundo,
Se eu pudesse experimentar culturas e assuntos,
Se eu pudesse viver aventuras memoráveis,
Se eu pudesse contar histórias incontáveis,
Se eu pudesse me fartar de comer as melhores comidas,
Se eu pudesse trabalhar em tudo o que sonhei,
Ainda assim, em todas as vezes, em todas as voltas e mesmo nas revoltas,
Iria querer te conhecer, te entender e te compreender,
Se eu tivesse o controle da vida...
Em todas as oportunidades eu me renderia ao meu amor que tenho por você,
Só pra sentir este ardor, a dor e o rancor,
De não poder te ver,
Só pra sentir o arrepio frio,
Deste insano vazio,
Esse maldito calafrio,
De quando finda o seu abraço gentil.
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