NAMORADOS DE OUTRORA

Noite calma, o silêncio orquestrava aquele lugar,
Um recanto bucólico para o amante em exultação,
Na dileção da donzela se enleava em conquistar,
Nos setiais da praça, a preferida do seu coração.

Eram flertes bem velados, um poema a declamar,
Ritual dos enamorados, a mais viridante sedução;
Do coreto se contemplava os casais indo passear,
De mãos-dadas e em pares, iam em toda direção.

Lirismo de uma época que hoje passo a lembrar,
Deste lindo o amor poético, em assaz veneração,
Havia encanto, havia beleza, uma união a fulgurar,

Era o tempo das pucelas, convictas por devoção,
Nostalgia da pureza, da cândida virgem ao altar,
Vestalinas de agora! Por que esta transformação?!