Espelho, espelho meu
Mostra uma face
E conta se este sou eu,
Não conta minha idade,
Nem o que me aconteceu.
Esta face desbotada
Com o tempo desgastou
Se foi bem amada,
Ou mal amada,
Só esta face restou.
O que tem em abundancia
É a grande idade
E uma enorme saudade
De sua pobre infância.
Espelho, espelho meu,
O que me aconteceu?
Pois nada de bom fiz,
Muito pouco fui feliz
E nada construí,
Apenas existi.
Espelho, espelho mal,
Não foi legal
O que mostrou, o que vi.
Agora estou notando,
Que está findando
A vida que tão pouco vivi.
Tão pouco vivi
E agora senti,
Que nada ganhei,
Mas muito perdi.
Espelho, espelho meu,
Deixa-me em paz,
Isso não me mostre,
Ou não me tortures mais!
Facebook Dul Victor
[email protected]Vendo o filme da Branca de Neve.
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença