Renasço das cinzas

Renasço das cinzas

Não das cinzas de quarta feira de carnaval

Renasço das cinzas do fogo ardente das provações

Dos dias maus.

Renasço das cinzas mas, ainda há labaredas acesas

Queimando e que se tornarão cinzas

Outras queimas são em meus ossos

Não, ainda não é cremação

São alguns males,

É uma tal de artrite reumatóide

Como pode?

Meu sistema defensivo me ataca,

Vivo atracada nesta antítese

Tem hora que bate o desespero,

Convivo com dores o dia inteiro

E renasço das cinzas com gratidão

Simultânea dor e alívio

Quando no sorriso de entes queridos

encontro conforto.

Faz todo o sentido.

Nígia Soares
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