"cinco horas"
grita no meu ouvido
o céu se abre
e ainda sonho
 
a marmita construída
de concreto e cal
na lotação,
hálitos de várias cores
coros de tons variados
de risos e lágrimas
de vários sabores
 
a face da fumaça
passa batida
nas janelas da avenida brasil
e pendurado no teto do sufoco
rouco de sono
ainda sonho
com a copacabana
soprando domingo no meu rosto
com cheiro de beijo de iemanjá

Adriano Soares
© Todos os direitos reservados