Para ser grande há de amar a vida
E viver a dor sofrida dos que vivem por amar.
Para ser grande há de ser antes pequeno,
Como a noite que espera para o dia despontar.
Há de amar as estrelas,
Há de sonhar os sonhos, há de vagueiar o mar,
Há de amar o amor antes de conhecê-lo.
Felizes os que não vivem do futuro, abismo aberto;
Felizes os que não esperam a morte, abrigo certo;
Grandes os que colhem flores no Grande Deserto;
Felizes os que foram grandes sem nunca sabê-lo.

Artur de Moura Galvão
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