O rebento do meu eu de luz futura

 

há de se tornar uma dose de cura

 

no vinho da minha induzida loucura,

 

que descerá ao poço da amargura,

 

e emergirá na glória da manhã mais pura

 

contra a tua involução que traiu minha ternura.

 

Infidelidade astral, que sangraria menos se fosse carnal,

 

mas esse desengano transcendental

 

há de se tornar uma cicatriz banal,

 

pisoteada no esquecimento da minha lembrança

 

visualizando um destino real.

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Rodrigo Noval
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