Sonâmbulos de um mundo fugaz e sem sentido
Almas a mercê da tela, olhares em contra mão
Sem saber que a ilusão, cala o poder de um grito
Em busca da razão contra essa forma de alienação
Assombrações do cotidiano de um abismo profundo
Por cadeias que propagam, o colorido da abstração
Em direção ao vazio que entorpece por ser bandido
Ao esconder o verdadeiro ideal do pulsar de um coração
Ramalhetes do espetáculo pelo estrategista da embriaguez
Informam o rumo ao social diminuído do poder de luta
Contra o ato dos sonhos que lhes ausentam a lucidez
Esperança de uma face morta, respira ainda em timidez
Prisioneiros do processo que a fama, em odores de truta
Perpetuam o real discernimento, em duradoura gravidez
Murilo Celani Servo
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