Eu canto as sombras amaldiçoadas
Para lembrar que um dia, nelas eu estarei morto.
Retalhado por afiadas espadas,
Meu esp'ríto é vítima do mais sinistro aborto.
Sou o poeta da treva
Que habita a alma sandia.
Sou aquele que na escuridão s'eleva
Acima de qualquer presença luzidia...
Caminhando em meu próprio calvário,
Sem fé, amassei cada pedra do meu rosário
E escrevi a mais amarga das elegias...
Explorei mesmo as esferas mágicas,
E em meio à sombras letárgicas
Eu sou o poeta que canta as mais mórbidas melodias...
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