Passa tempo,
passam as horas,
sopra o vento,
gente,
temos que ir embora!

Vamos cantando
por entre as notas do mundo,
vamos chorando
que o poço da vida
não é tão profundo.

Passa tempo,
corre o vento,
vamos gente,
neste pensamento,
que a estrada é longa
e a jornada é nossa.
Nossa!
Que juventude curta,
mal começou e já acabou,
mal chegou e já se foi.

Passa gente,
que o sol poente anuncia
no horizonte,
por detrás dos montes,
um outro dia, uma outra vida,
que se faz numa guarida,
de ilusões e de desejos,
um fiasco de beleza,
de alegria e de tristeza,
nos chamando para amar,
para viver, para sorrir e para chorar.

Passa tempo,
corre gente, não se ausente,
conte as horas e vamos embora,
não perca o bonde da história,
antes que ele se esconda
por detrás da cortina, de sua sina,
desta menina que é a vida,
sempre errante e peregrina.

Passa tempo,
vamos gente,
temos que ir embora.
A hora é agora,
amanhã será passado,
um destino deixado de lado,
junto as curvas do caminho,
de uma estrada que só tem ída
e desconhecemos sua volta,
onde só existe uma partida...
É por isso que temos que ir,
sempre, embora.
Newton Almeida