Trabalha aquele relógio desenvergonhado
Deslizando ponteiros pelo tempo que passa
As engrenagens contorcendo o passado
Muito depressa, porque o tempo escassa

O pêndulo a bailar pelo tempo perdido
Gasto a olhar para um relógio sem sentido
Dias, Horas, minutos e segundos…
Não passam de termos moribundos

Uma ampulheta que corre com sangue
Mas nunca tem recheio que chegue
Porque o gargalo é largo em demasia
E para o sangue é uma rápida travessia

Dizem que o tempo é relativo
Não há uma constante absoluta
O meu tempo é muito nocivo
Pois para tê-lo significa uma luta

Poeta Cinzento
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