A noite perfeita para morrer

 
Estou quebrado ao meio
Submergido por atitudes desleais
A lealdade me quebra como copos de vidro
E com isto eu vibro
Posso ouvir de longe o som dos teus gritos
Na profunda ausência adormecida
O pulsar do tempo obsoleto perdidamente estilhaçado
Esfria ainda mais a eloqüência da vida
Transformando essa noite idealmente perfeita para morrer
Quase engulo a morte sem sal, sem nada
Mas não me passou pela garganta a ignorância
Pois a lâmina, não socorrerá o homicida
Na língua jubilará o coro da despedida
Noite perfeita, noite lírica
Antes cantava o pássaro antepoéta no meio da neblina
Matava-me pouco a pouco, a cada segundo
Não mais colherei nos jardins do mundo
As flores da prenda ou da sorte
Nesta noite perfeita, a orquídea da morte.

Fábio Avanzi
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