A LAVADEIRA                                      

Belo Horizonte, 02-02-1977
 
Uma pobre lavadeira
Anda quilômetros sem parar,
É viúva e tem filhos,
E sua historia é muito triste.
 
Seu marido, há cinco anos
Morreu num tiroteio
Para salvar a sua honra.
(Isso mesmo. Pobre também tem honra)
Levou um tiro na cabeça
E outro no peito,
Foi fatal,
E nem teve tempo
Para pensar na família.
 
Sua mulher, muito mulher
Tomou a frente de tudo.
E começou a batalhar
Para criar os filhos,
E até hoje ela vive de lavar.
 
Às vezes pensa em João
E segue em frente,
Deslizando no suor da vida,
E vence...
 

GILBERTO NOGUEIRA DE OLIVEIRA
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