Essas casas não são residências

assemelham-se a sórdidas enfermarias de tempos de guerra

estamos em guerra?

Basta de permanecer nas enfermarias!

Quero tomar as cabeças de praia, as colinas, os montes as planícies

os céus, de assalto.

 

Duas linhas paralelas: uma as coisas que realizei, outra as que não.

A primeira, um corolario de adiações, a outra, amontoados de pendências e imensuráveis tóxicos.

 

Não. Basta de enfermarias.

 

Imaginei termos poderes maiores que essa concepção calhorda do sagrado sacro...

imaginei estarmos acima de tudo, tudo, qualquer coisa, inclusive da imaginação.

Indispus-me contra a secura dos corações que coloca o cérebro como senhor absoluto das coisas.

Sofrer? Não, perdi a ingenuidade.

Como disse o velho " Sig" :  " O misterioso é na verdade, o conhecido, o doméstico, que não suportamos conhecer",

daí a razão de tanta fuga para parte alguma.

 

À merda com a transcendentalidade!  Deixemos em paz os inúteis!

Glórias a imanências, as constantes e inevitáveis transformações!

 

Ela descarta de um jeito...eu descarto de outro...os descartáveis.

Principalmente os auto-descartáveis.

De repente, sinto-me  misteriosamente esmagado pela felicidade de  nunca  buscar ser feliz.

Jamais trafegarei entre apenas dois pólos.

 

Não me desepero, não me despreocupo, não me despeço, não me desculpo.

Todos os meus mitos desabaram, mas isso não tem qualquer relevância.

 

Dizem que não fiz isso...que não fiz aquilo...e que deveria ter feito isso  e/ou aquilo...

que importância pode ter aquilo que não fiz, ou mesmo o que deveria ter feito?

Se nem contabilizo o que fiz; imagine o que não fiz!

 

Não entesourarei velharias, nem colecionarei feridas emotivas;

que saco!

Entre a euforia e o torpor, descarto ambos.

Aprendi a conhecer as imperfeições humanas: rólo de rir com isso.

Mas hoje não, hoje está muito frio para rolar de rir.

Vou tomar as cabeças de praia, beber um bom vinho...