No parapeito da janela
Olhar absorto na rotina
Festeja um pardal, ave singela,
Sua figura saltitante na retina
De suas asas faço meus anseios
Em alhures ermos, o viver felicita,
Transfiguro o ato só, em devaneios,
E dos instantes mornos, regurgita
Na mutação a fazer sentido
Da placidez insossa letargia
Aos céus desejo asas, emotivo
De empréstimo a sua sina alada
Não mais pesada, acuada apatia,
Vida, sons e cores, sinfonia encantada...
**SELECIONADA PARA FIGURAR NA 82° ANTOLOGIA DE POETAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS, EDITORA CBJE, RIO DE JANEIRO/RJ, SETEMBRO DE 2011
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Não crie obras derivadas dele