Ela estava cabisbaixa. O copo de cerveja na mão indicava que alguma desilusão amorosa tinha acontecido.

Uma das mãos estava escondendo metade de seu rosto que se virava pra baixo. Via-se de longe seu nariz  avermelhado de tanto chorar. Sentaram-se perto dela sem falar nada, tentando ouvir sua respiração que estava soluçante por causa das lágrimas que lhe corriam o rosto.

Ao sentir a presença de alguém, ela levantou o olhar e deu para ver seus olhos inchados e seus cílios molhados. Ela não falou nada, e olhou para o horizonte como se nao ouvisse e visse mais nada. Seus pensamentos estavam longe e seu queixo trêmulo por outras lágrimas que rolavam demasiadamente pela sua face.

Seus ombros estavam caídos, como se tivesse perdido uma batalha da guerra chamada Amor.

Todos já sabiam que quando isso acontecia, era pq seu coração estava dilacerado, cortado ao meio ou esquartejado....

Algum vidro tinha sido quebrado e cortado sua pele por inteiro. A ardência das feridas ainda era sentida....Dava para ver que ela queria gritar por estar sofrendo, mas achava que ng a ouviria... Entao se calava e amotoava todos aqueles sentimentos dentro de seu peito que clamavam por liberdade.

O garçom engravatado lhe trouxe mais uma garrafa de cerveja, enchendo o copo até a boca. Suas energias não eram mais coloridas e ela estava um caco por não dormir há dias, devido as matanças que haviam feito em seu coração.

Ninguém queria saber o autor de tanta dor, apenas queriam levá-la para uma ala de recuperação, mas ela estava tão deprimida e presa a sentimentos que só lhe traziam mais dor que ficava dificil locomovê-la.

Já começava a ficar tonta, com o poder da cerveja em seu organismo. O pulso que pulsava lentamente indicava que queria parar de pulsar.... pelo menos por alguns minutos. A mente daquela menina, estava vazia, Ela olhava para o chão como quem não tivesse o futuro na frente.

Não estava acostumada a sofrer ou a ter o coração ensaguentado, mas estava ali exausta emocionalmente sem procurar uma saida, sentindo pena de si msma

Olhavamos com olhar piedoso, esperando o momento certo para guiá-la ao lar da cura. Vimos em seus pés, correntes que a deixavam presa naquele bar. Era como um navio naufragando e sem lutas para sobreviver.

Um afogamento na lama, na água....sendo sufocada pelo próprio ar que respirava. Ng jamais tinha visto tal intensidade, ng jamais tinha visto tamanha crueldade.........

Escrito por: Monique Machado

Monique Machado
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