Distinta Adrenalina

 
Eu só queria possuir certa boca
Onde meus lábios aguardam
Degustar sabor de adrenalina
 
E no olhar derrapar em cada curva
E despencar a cada sussurro aos pés,
Ao pé do ouvido, indevidamente atrevido
Espatifado feito vidro, suavemente,
Ao tocar a ceda do lençol
 
E minhas mãos caminhar pelas curvas
Do teu corpo nu de pejo, nu de decência
Possuído por desejo, e num gemido
Perdido em meio ao lençol de um pensamento
 
Pedinte, pede por ser possuído por inteiro
Viril se atira, se mutila, pois a cede por esperar
Já não pode mais aguardar,
Pois não tem como voltar de um salto
Do penhasco...
 
Mais eu só queria uns bons lábios a beijar
E nos braços carinho encontrar
E no mesmo corpo achar desejo, afronta
Submissão, emoção, paixão...
Numa distinta adrenalina.

Allinie de Castro
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