MINHA POESIA TRISTE

Loucas  exposições  de ansiedades  vis,  exorcizadas

Paixões  em  delírios de  odes  caladas e herméticas

Secreta  vontade  de romper barreiras em  taludes

Atravessar obstáculos  e ser arauto  de guerra

Agir com  a perspicácia  de cabalas sentinelas

Ir  até  as sensações do  que me fere sem  trato

Numa alusão  a ser poeta a toa  e  só, escondido

Sem  temer por não  revelar o  enigma  irrevelado

Por não  saber quanto  bem  declinar  e declamar

Ainda assim, lanço-me  em  desafio  do improvável  

Lágrima  por lágrima,  intuindo  a poesia  desmedida 

Algo  de teia voltada  contra a própria armadilha

Lampejo  triste  de astro  passageiro  em  laço nó

Mas a sina de tudo  é a despedida  comedida  e muda  

versejando ( ao estilo de Pessoa )
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