Loucas exposições de ansiedades vis, exorcizadas
Paixões em delírios de odes caladas e herméticas
Secreta vontade de romper barreiras em taludes
Atravessar obstáculos e ser arauto de guerra
Agir com a perspicácia de cabalas sentinelas
Ir até as sensações do que me fere sem trato
Numa alusão a ser poeta a toa e só, escondido
Sem temer por não revelar o enigma irrevelado
Por não saber quanto bem declinar e declamar
Ainda assim, lanço-me em desafio do improvável
Lágrima por lágrima, intuindo a poesia desmedida
Algo de teia voltada contra a própria armadilha
Lampejo triste de astro passageiro em laço nó
Mas a sina de tudo é a despedida comedida e muda
versejando ( ao estilo de Pessoa )
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