Então a loba quis levantar
seus olhos e sair.
Toca escura, bicho do mato.
Leve pluma, muito leve pousa.
És um bicho domesticado
porém arredio.
Mulher loba
que teima em se esconder.
Teus sentimentos adormecidos
querem emergir...
Tu és onda forte e
és a calmaria no mar.
Mulher que se prepara para amar,
que resiste e recua...
Então a loba viu a luz e quer sair
mas teu silêncio na toca é acolhedor
Então a mulher loba pensa:
“há tanta suavidade em nada dizer
e tudo entender...”
Tua alma solitária quer ser tocada
mas estás em movimento constante
por um túnel de fuga.
Tu és mulher, o amor
cansado de se esconder...
Tu és bicho , ferida fera
que quer deixar a toca...
que  encanta e  seduz...
brejeira...és vida,
és um eterno  enigma
de alma tão criativa!
 

NUBIA CARDOSO
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