Quando a mente cede ao medo e aceita
Tudo aquilo que a a alma execra, rejeita
A vida adoece e não mais se enfeita, 
Tomada por sombras que estão à espreita.
 
Que amor fica incólume ao ver sua amada,
Destinada a voar com sua alma alada,
Seguir com outrem na estrada da vida,
E viver junto ao chão como ave ferida?
 
A mim custa crer em tão triste destino
E por isso brado aos céus um feroz desatino
Como posso aceitar algo que abomino
Se isso castra aquilo que em nós é divino?
 
Feios ou belos, finamente adornados,
Leves ou grossos, quiçá enferrujados
Às claras ou não, muito bem disfarçados
Se estão a tolher e ferir corações
Se sufocam e prendem e matam paixões
Mesmo feitos de ouro, serão tão somente,
Nada mais do que unicamente... grilhões.

HC
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