Se é amor o que agora eu sinto
eu peço a Deus no descanso do leito
que eu possa, enfim, fazer do que pressinto
motivo prá sentir ardor no peito

Se a paixão que agora me domina
fizer morada dentro de minh alma
verei na tempestade o que fascina
e quero das marés a sua calma

Na busca do prazer constantemente
seguir então com passos decididos
viver o que se sente intensamente

E aí, brindar à vida, erguer a taça
unir sonhos que foram bi-partidos
viver na plenitude dessa graça

"Soneto" é busca legítima dos anseios do poeta...

Salvador-BA, 1996