Cai a chuva, na primavera do meu vero país,
E logo ali! Entre espinhos, brota uma flor!
Beija-flor, ao passar garoa, no néctar de lis,
Vem perfumar na minha janela o seu sabor.
 
Perfume que incensa ambiente de cada cor,
Novamente em busca da semente, da raiz!
Seu aroma tece o colibri, na rama do amor,
Para em cada caule, seu ninho construir feliz.
 
E faz mansinho, nobre passarinho, seu ninho,
Toda passarada, a cada revoada, seu cantinho,
Se no coração de cada pássaro há harmonia...
 
Falta nascer no homem essa sincronia do dia,
E a falta de sabedoria tem deixado ele sozinho,
Numa grande solidão por todo o seu caminho.

Carlos Henrique Costa
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