CRÕNICA: A REVOLUÇÃO CAUSADA PELO ROCK"N"ROLL NOS ANOS 70

A REVOLUÇÃO CAUSADA PELO ROCK "N" ROLL

O meu interesse tem-se voltado novamente àquilo que curti nos anos setenta e, por coincidência, não param de ser escritas biografias de algumas pessoas ou bandas chaves daquela época.
 
E depois de ler que os Rolling Stones foram expulso de alguns países ou impedidos também de entrar em alguns, ou solicitamente convidados a saírem, assim como do seu próprio país de origem, a Inglaterra, vejo que o rock foi realmente muito mais que um novo estilo musical.
 
Ele foi a mola mestra, realmente, da quebra das estruturas sociais engessadas daquela época e o início de um processo, inconsciente, da auto-afirmação individual das pessoas com relação aos status quo de até então que só diziam:
 
 “Meus filhos não perguntem, simplesmente façam o que eu estou dizendo.”
 
O rock foi o estopim da derrocada desta sociedade engessada e abriu o caminho para as pessoas poderem dizer:
 
“Eu não quero ter os mesmos anseios que os meus pais. Eu quero ter os meus próprios caminhos”
 
E, hoje, analisando o que aquelas bandas bancaram e peitaram, podemos dizer que fizeram uma história que ainda não está devidamente estudada.
 
Aqueles “caras” eram muito doidos e se não fossem tão doidos como eram não teriam ultrapassado a linha rigida para os novos tempos.
 
Eles que abriram os espaços, não importa se usavam drogas ou não, pois de “cara limpa” é que não iam conseguir.
 
 Eles não queriam mais só os Gintônicas e os Cubas, assim como seus pais enchiam as caras até então.
 
Queriam novos horizontes e a droga era uma novidade, não importa o que aconteceu depois, mas naquela época era uma novidade, e ninguém sabia no que ia dar depois.
 
Os malucos naquela época foram os pioneiros e, por bem ou por mal, tinha que ter muito peito e a sociedade se viu obrigada a rever muitos conceitos no decorrer daquele período e diria até hoje.
 
Conheci muitos malucos, malucos de tudo, e eu em verdade não posso dizer que não os idealizava.
 
Conhecia a maioria deles, ia nas mesmas festas que eles iam, mas não tinha coragem, ou melhor, eu tinha um principio de auto conservação muito mais acentuado. Coisa que eles não tinham.
 
O meu principio de conservação não me permitia furar as minhas veias para experimentar o que eles estavam experimentando.
 
O meu caminho não era aquele, mas que os meus amigos eram eles, em termos de “cabeça, ah isto com certeza era.
 
Eram os caras com quem eu gostava de conversar, eram as meninas que gostavam de conversar com eles, que eu apreciava mais.
 
Talvez estivesse aí a grande transformação:
 
As “minas” para eles não era mais a atração única.
Eles passavam a ser seletivos naturalmente, se a mina era maluca, não só em droga, mas em idéias, tudo bem, era da roda.
 
Então eu via os caras libertos de uma fissuração que mantinha a sociedade de até então, que era a fissuração masculina doentia por sexo, sem tê-lo, se não casasse.
 
Hoje há muita libertinagem, alguns podem dizer, mas naquela época a repressão também era muito doentia e coitada da menina que cedesse a alguém, mesmo que fosse ao seu namorado. O pilantra saia dizendo por aí, se auto proclamando e a menina tinha que mudar de cidade.
 
  Com os “malucos’ isto não acontecia.
 
O sexo com qualquer mulher que aparecesse já não era o foco principal. Ele passou a ser visto de uma forma diferente.
 
Se houve exageros depois, ok, mas a intolerância social e religiosa era absurda também.
 
Sem aquele período também não teríamos hoje uma vida sexual mais saudável e salutar, desde que tenham uma boa formação ou índole.
 
E os jovens, muitos mesmos, independentes da educação dos pais, possuem muito mais respeito, hoje em dia, pelas suas namoradas do que muitos destes mesmos pais tinham na sua epoca pelas suas ehoje pelas suas esposas.

E as mulheres na verdade, naquela época,  perderam um poder milenar que tinham até então, e acredito, que este foi o motivo que depois elas se descabelavam para ficarem com os caras das bandas.
 
É aquele velho lance de conquista que todos falam, mas não sabem como fazer, se não fariam, que é:
 
"Quanto mais você se mostra indiferente, mais elas vêm atrás".
 
E aqueles malucos não iam atrás, e por isto mesmo, estavam sempre com as melhores “minas”.
 
E daí também a minha observação sobre o que acontecia à minha volta.
 
Eu via o mundo dos caras, apesar de ser amigos deles, inacessível para o meu pequeno mundinho e achava aquele mundo deles muito mais excitante.
 
Vamos dizer que eu tinha um pé em cada lado.
 
O meu pé conservador não me largava, ainda bem, se não, com certeza, não estaria mais aqui.
 
Mas o que vejo interessante é que isto foi um pequeno curto espaço de tempo, dos quatorze aos dezessete.


Conheci a caretice na mesma época, e não me identificava em nada com ela.
 
Então não era uma coisa só de drogas, era uma coisa de cabeça também.
 
Os caretas eram os caras que só queriam saber de tentar transar com as menininhas, mas que ficavam, na sua maioria, a ver navios.
 
O sexo para mim aconteceu de uma forma mais natural. Deixava rolar, não ia atrás de quem não mostrava interesse por mim, em parte devido à minha super timidez, mas os meus “olhinhos verdes” sempre me ajudaram e não me deixavam na mão.
 
Mas só nos malhos, pois passar daí era coisa raríssima naquela época.
 
Eu tinha bastante liberdade, pois meu pai, da marinha mercante, estava sempre longe e minha mãe tinha mais três meninas e o meu irmão mais velho, careta, que só dava trabalho para ela cuidar.
 
 Viviamos indo para a praia de carona.
 
Tive muitos bons amigos que ficavam também um pé cá e o outro lá naquele mundo da droga.
 
Eu ficava só com “as leves” até que apareceu para mim, o sonho de todo mundo da minha idade naquela época, que foi uma bela mulher, no alto dos seus vinte e três anos, uma "senhora" naquela época, que morando sozinha acabamos morando juntos, depois de um leve namoro.
 
Ai me acomodei. E, por isto, imagino que aquele período de deslumbramento pelos malucos passou a ficar longe de mim, enquanto morei aquele ano e meio junto com ela.
 
E sei que quem não largou da droga depois daquele período de deslumbramento acabou se dando mal, mas a maioria largou, por incrível que pareça.

Se for feito um levantamento os roqueriros que morreram naquela epoca eram todos problematicos, como jimy Hendrix, que vivia batendo em mulheres. Jim Morrison que mexia com magia negra e era depressivo. Janis Joplin com grandes problemas de rejeição e também depressiva.

Os que usavam só para curtir estes na sua maioria sairam, como mostram aí  os vovôs do rock.

Eu diria que o problema que temos hoje com a droga é em função de fuga ou complementação que as pessoas procuram nela, o que não acontecia naquela epoca.

Não se usava ela procurando uma fuga como hoje e sim como até uma forma de se encontrar e não fugir e, principalmente e, simplesmente, só para curitção.

Hoje ela esta como esteve o alcoolismo para as gerações anteriores, provavelmente em iguais proporções com relação à população. Um mal social.

Hoje quem entra na droga sabe o risco que está correndo, coisa que não acontecia naquela epoca, naquele mundo cheio de experimentações..
 
Aquele foi um período divisor de água mesmo, mas que sem as bandas de rock, com certeza não teriam acontecido as transformações que o mundo teve depois.
 
Os caras abriram, sim, os caminhos, independente de valor.
 
Ou seja, abriram para mais liberdade em tudo e, principalmente, também na religiosa, pois, depois das drogas, veio a busca de novas filosofias e conceitos religiosos, onde aí eu mergulhei de cabeça até encontrar a filosofia que dita os meus passos até hoje.
 
Tivemos acesso a muito mais informação
 
A “santa saída” tinha ficado para trás.

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