Me vejo sentado em meu quarto
A cabeça baixa com os pesos dos pensamentos
Olhos fechados para que as lágrimas não possam escapar
O sol brilha, para min esse brilho desvanece.

Eu não me canso de estar sozinho
Apenas me canso de estar sem você.

Abro a porta estou na rua
Passos rápidos olhos fechados para tentar te esquecer
Quem acreditaria em todo esse desfecho, pois quem nos via apenas podia admirar
O jeito que eu te amava e o jeito que você costumava me amar.

Meus passos cessão agora de olhos abertos observam o lugar
Um pequeno parque onde costumávamos nos encontrar
Onde eu costumava sentir o cheiro do teu cabelo
E os movimentos suaves do teu corpo
Onde acabávamos com nossas inseguranças.

Tudo que tenho são lembranças
Elas são como facas que fazem sangrar um machucado não mais existente
Elas fazem-me lembrar como costumava ser antigamente.

Quando não tínhamos mais nada a falar
Quando o tempo não preenchia suas lacunas
Você estava em meus braços
Se perdia neles.

Será que você ainda se lembra da sensação?
Será que quando você está nos braços de outro sente saudades?
Ou você é tão fria que consegue ignorar?

Um dia eu disse se eu te fizesse minha iria onde quer que fosse
Deve ser por isso que dói tanto.

Estou suando, volto para casa
Livro-me das roupas
Entro urgente
E deixo o vazio ser preenchido pela água quente.

O som do chuveiro não me acalma nem ao menos me faz esquecer
Ao olhar para esquerda vejo que deixei a porta aberta e meus olhos repousam em uma foto minha com você
Der repente minha cabeça fica quente mais do que a água que nela bate.

E mais uma vez estou em um flashback
Você sorri como se fosse para sempre como se de fato nunca fosse a lugar algum
Aquele sorriso era como uma promessa de nunca sair do meu lado
Você pega na minha mão me guia, me inspira, me ensina.

Não sei como mas posso sentir teu cheiro
Posso discernir os sentimentos dos teus olhos
Você sorri para min, e me joga um olhar que só você sabe
Quando sou ofuscado por aquele sorriso se torna difícil pensar.

Estamos deitados abraçados
Temos algo que ninguém nunca terá
Você saberia dizer o que é?
A televisão murmura mas nenhum de nós parece ligar
Você e eu dois perdidos em um olhar.

O flashback acaba e como um viciado múrmuro seu nome querendo mais
Meus joelhos tocam o azulejo quente e ensopado
Logo me molho em minhas próprias lágrimas
Elas tentam preencher a lacuna que você deixou.

Mas nós sabemos que não seria possível
Uma vez que fora minha única paixão
Mulheres virão, mulheres vieram
Como o ar elas não podem deixar de vir.

Mas são peças de meu teatro
Meras ilusionistas tentando criar mais um momento
Tentando criar mais uma ilusão
No final todas elas foram você

No final ninguém nunca foi você
Por tudo tentei criar mais um flashback para que pudéssemos ficar mais um segundo á sois
E é tudo que eu tento deis de que você se foi...tento achar tua fragrância...tua presença nos ocultos de meus lençóis.

Conde Max
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