Bebo num cálice de amargura
O que restou do nosso amor tão grande
Hoje, as cinzas que me cercam
São aquelas carícias de ternura
Que suas mãos jamais tocou
Ensaios da juventude, gotas de sangue
Que o veneno da vida levou
Estamos aqui, lado a lado
Sorrindo e fingindo um grande amor
Isto é febre de loucura
Porque nossa vida do amor nunca provou
Para não dizer que não falei de cores
Para não trair o que em mim cultivo
Lembro de outrora, quando enamorados
Juras de amor recitaste comigo
O vento passou e a todas levou
Ficou num coração de menina
A flor que ia morrer e jamais brotou
Mirze Souza
© Todos os direitos reservados
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