Tristes versos, vertidos em suas lágrimas
Em linhas tortas, que no tempo se esvaiu
No poema de fim triste, refém de suas rimas
Em que a fonética, a poesia não se viu.
 
A origem que faz da dor, sensações últimas
Na solidão viva, que tua ausência extraiu
Da minha culpa, corroendo-me nas estimas
Quando a saudade, minha vida destruiu
 
Transcendo-me ao sexo, na essência do amor
Interiores desnudados, perfurando as matérias
Na certeza do desejo, que espelha a sua cor
 
Na luz do meu espírito, encontrando a sua flor
Que faz meu coração, impulsionar suas artérias
No delírio de quem os braços, o meu frio é calor

 

 

Murilo Celani Servo
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