A única violência que possuo inerte ao meu ser
É a poética, quando os versos entoam o amor
Perdido neste mundo, que o rosto fez esquecer
A beleza que não se enxerga, nesta vida multicor
 
Meu olhar corrompido, em visões de desprazer
Cerra-se em sua fuga, para a viagem ao interior
De o meu próprio ser, no silêncio que me faz ver
O viver que faz nascer, um mundo envolvido em flor
 
Sinto medo por me sentir incompatível ao meio
Na penúria alienada que veste o mundo moderno
Anulando a poesia, no escuro de um tempo eterno
 
Nos corações a quem os olhos, ao poeta se faz alheio
Quando falsa é a idéia, em aparências do corpo externo
Falseando a visão de quem vive preso a este inferno

Murilo Celani Servo
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