A noite, que cantando,
No mar vai se refletindo
As sombras que vão desaperecendo,
O escuro se extendendo.
O lápis gritando,
Mas não escrevendo,
Separado do mundo,
Os sentimentos esfumados vão se perdendo.
Um insone que vai sonambulando,
Sem sono sonecando
Olhos frígidos que vão se fechando,
Mas nunca dormindo
Seus medos refletindo,
As crueis madrugadas sozinho.
Sono moribundo
Que do meu cansaço vem gozando.
Para o nada, olhos continuam fitando,
Como se algo estivessem observando,
Com a mente vagando.
E assim a noite vai se curvando,
As estrelas não mais brilhando,
A lua se despedindo,
O clarear e o céu vão se unindo.
E na mesma cadeira continuando,
O seu pranto enxugando.
Ossos rangindo,
Seu corpo se desintorpecendo,
Tremolo leva à face seu dedo,
À última lágrima que ia escorrendo,
O rosto salgando.
Tristimente me levanto,
Re-aperto o cinto,
Ao corpo que não se move insisto.
Lá se fora mais uma noite de lamento.

"Mesmo que nao queira, ha lembrancas tristes demais que acabam com tudo. Mas que fazer? É manha denovo"

"Nunca peco a solidao, nem a tristeza que me acompanhem"

O_crime_perfeito
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