Nas cortinas do tempo, bordei minhas quimeras
Templário de sonhos, foste tu, que arquitetei
Observei-te ao longe, já de outras e outras eras
Sorvendo as essências daquele beijo que não dei
 
Na medievalidade da existência, enclausurei-me
Nos antros de fantasmais e impenetráveis castelos
Oh, Deus!Como não afoitei do cavaleiro achegar-me?
Hodierno estado, são as acabrunhas dos meus anelos!
 
Símplice plantinha, na estrada, observei tua passagem
E preservei no âmago do meu ser, tua figura heróica
Beijei-te, em filigranas de sonhos, mas sem coragem
Nunca proferi sequer eu te amo, na paisagem bucólica...
 
Bailaram as sazões, os meses, os anos... Novas estações
Maquiei-me de rugas, encaneceram as minhas melenas
Anego ainda em meu ser oscilo ausente... Tantas ilusões
Rascunhei uma biografia em sonhos!Esperei como Helenas!