Vivendo entre celas
Sobre correntes agressivas da saudade
Tenho hoje a solidão por castigo;
Porque deixaste embriagar-me em teus olhos
Invadir as tuas entranhas
Eis que à vontade me consome
Me devora e me torna frágil amante
Estou literalmente preso
Voraz indefeso;
Uma vez dentro de ti
Nunca mais me encontrei;
Neste labirinto de incertezas
Meu corpo teima em juntar ao teu
Meu submundo irreal
Transporta-me com obsessão;
Há um buraco fundo em minhalma
Tento fugir, mas não consigo
Esquivar-me do teu colo;
Bem sei que és uma hélice ativa
Que me corta em pedaços aos milhões;
Tua alma é tão forte
Posso vê-la transparecer no semblante
Porém tua carne é um veneno
Uma vez que provar
Certo alguém viverá como eu
Entre celas.
 
 
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Abril de 2007, no dia 30.
Guarulhos (SP)