Carência gera carinho, aqui, sou eu a carência que sinto, porque são partidas os pedaços que rumino. Debater-me entre todo o certo e todo o errado quando nada há que não seja a fuga de todo o meu cansaço. E tu que acharias no esplendoroso reino de tuas fantasias, com desabafado carinho, e para mim, que sou um teu pedacinho, tão lindo jardim de jasmins e de leitos que repousam tudo aquilo que é angústia em palpitação de nossos peitos. Mas, aqui dentro, e como pretender eu, no compromisso de todo o meu descompromisso, assumir o que quer que seja senão o nada que, separado, é negação e desejo de um tudo que traz o repouso do que já é acabado?
 

MARCELO GOMES JORGE FERES
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