tento há muito despir-me
tirar como óleo impregnado
as carrancas de taciturno

tento fugir dos becos
dos loucos das loucuras
ver horizontes tardes mansas

curtir sorrisos inocentes de crianças
escrever e descrever sobre a luz
olhar a imensidão cimo das montanhas

meu eu em brigas com seus humores
desprazeres que insistem a incomodar
trevas obscuras em minha tela colorida

lembranças de dores inesquecidas
brasas ocultas mas vivas
de volta retorno minhas escritas

resvalo de soslaio meus labirintos
sem saídas atordoam os sentidos
macambúzio recupero as mazelas

e uno minhas lástimas
com as dores do mundo
em enxurradas de lágrimas

canto minha lira
sofrida indignada
tão triste...

...nuances de humor, oscilações no sentir, devaneios e descobertas sobre si mesmo...