Um dilúvio no papel
E logo alguém lhe chama de poesia
Depois da noite, noite fria
Silêncio
 
Na porta a chave não encontro, então suspiro.
Aquele anjo não podia ter abraçado a noite como eu fazia
Agora o frio não castigará somente aqui na rua
Do lado de fora.
 
São canções, uma após outra
Um amor por assim o ser
Temível tempestade na solidão
Do lado de dentro.
 
Me vale entrar agora ou depois?
Hoje são todos os dias que preciso
E se entrar, meus sonhos fugirão
Pra falarem dos meus medos, sem levá-los.
 
Indecisão.
Quero correr pelas ruas desertas até tocar seus olhos
Ou nos horizontes abandonar meus desejos
Assim a garoa não me pegaria
 
Um dilúvio no papel
Lhe chamo então de poesia,
Assim como meu suspiro não lhe esquece
Sou aprisionado diante da porta sem caminhos
Esperando as estiagens cheguem primeiro que as saudades.
 
 

Professor Jedson
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