Plenitude do Tempo

Seja um dardo flamejante
Teu sorriso inabalável.
Que ao arder em minha alma,
Esse riso penetrante
Seja o amor irrefutável!

Que a alegria, num instante,
Torne o choro inexplicável.
- Quero a luz do teu semblante,
Pois preciso ir avante
E decifrar teu ser amável!

Que a vida tome o medo
E lance fora a agonia,
Pois em ti só há sorrisos!
Talvez seja um pouco cedo
Pra pensar em alegrias,

Mas seria hipocrisia
Não jogar contra os rochedos
Minha tola covardia.
- Se teu dardo flamejante
Não lançasse fora o gelo,
Quem nesta Terra o faria?

E se teu olhar, rochedo forte,
Não resistir o bastante
Para quebrar o meu medo da morte?
Os meus temores iriam avante,
Se vangloriando por serem os mais fortes,
Talvez esperando alguém que os suplante...

Quebrando temores, trazendo outra sorte,
Caminha teu riso, um sol radiante.
Mas sei que tua essência não há quem conforte,
Pois faz o calor dissipar os instantes!