No fremir de minh´alma

No fremir de minh´alma

 

 
Nos extremos do caminho doloroso
Dois vértices do brutal destino,
Se fazem mais do que amoroso,
Ou se torna um triste desatino.
 
Tenho-a visto de faces luminosa,
De estonteante e pura beleza,
No fremir de minh´alma teimosa,
Chora, meu coração, submisso de tristeza.
 
Palpita uma estrela que brilha ao luar
No resplendor da noite que esta chegando
Palpita um coração desenganado
Que bate triste, dolorido , quase parando.
 
Teimo, um olhar distante e solitário
No longínquo horizonte avermelhado,
Mas só vejo o pesado lenho encruzilhado,
Elevado; sobre o cimo frio do meu calvário.
 
O vento arfando os meus pensamentos
Cortava como laminas frias e hostis,
A minh´alma que ainda fremia teimosa,
Regurgitava as dores de um coração infeliz.

Amor,amor, há! Intrépido amor, as dores do amor nada consola.