As nuvens altas, brancas, vagarosas,
Despontam sobre o topo da colina...
Percorrem tardes vagas, rumorosas...
Desenham-se na página divina. 

São nuvens calmas, leves, sinuosas...
Transmudam quando a tarde azul declina.
Espalham suas sombras ondulosas...
Retocam a gravura vespertina. 

Feito fumaça de horas consumidas...
Figuras delicadas que, varridas,
Diluem-se durante suas danças...

E seguem em desfeitas aquarelas...
E vão-se as folhas mortas junto delas...
Também minhas longínquas esperanças.

PAULO MAURÍCIO G. SILVA
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