Pois desse que vem austero que foi
Que da escuridão que a Lua deixa durante seu eclipse 
E o Sol do seu perigo quando na Lua em sua frente fica
Pois que desse austero perigoso que foi
E de onde isto veio
É de sua natureza inóspita que mais parece Plutão 
Tão difícil quanto uma flor lá nascer
Que do impossível se faz mesmos com Romanos e suas crenças 
Ou do Pequeno Príncipe que de seu amor o fez
Pois assim também é isto inesperado
Porém presente para mim, presente para outrém
Que de lá ainda não se fez de Plutão, Terra
E nem outrora o fará pois por incrível que pareça 
Em Plutão nada floresce.

Em ruas da cidade, com uma menininha na esquina
Ela e seu pai sorridentes por ter a si
Lembra-me do que havia e do que será 
Mas nem assim foi e nem assim há de ser
Pois Sócrates indaga-se se existe
Pois o que é, afinal, e disso eu sei
Com Álvaro de Campos e seu saudosismo 
Da Tabacaria e o Desassossego do ajudante de guarda-livros
Até com Elizabeth Bishop e de sua arte
Assim é fácil concluir
Que até em Plutão, onde tudo é frio e inóspito 
Onde tudo é ínfimo, porém importante para ganhar novamente Planeta
Onde é impossível a vida
Até em Plutão floresce.

Bem, numa epifania qualquer depois de muito indagar-me em como escrever esse poema, com a influência do magistral Fernando Pessoa e seus heterônimos, da grande Maria Bethânia dissertando Fernando Pessoa e do sentimento pessoal meu que toma minha atenção para descoberta, disso numa sala de aula durante o intervalo e vendo a interação entre pessoas, de mim nasce esperança.
Lucas Vasconcelos
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