Viver não é necessário
Criar, é
Verbalizou o comissário
A espalhar sua fé
Eu não vivo
Eu não penso
Não falo
Não existo
Eu sou!
Eu crio
Crio expectativas
Pior ainda, sempre positivas
Crio nomes
Mesmo os mais inúteis
Crio vidas e dores
Lidas de horrores
Criei todos os poemas que não publiquei
Mas hoje em especial, um novo completei
Pois ser todo não é ser tudo
A demasia fere, cansa e irrita
Sendo todo em nada
Vejo um pouco de tudo
Em cada
Eu briso
Sim, e como!
Vivo no mundo da lua
E assim enxergo a Terra
De forma nua e crua
A essência que agride meu olfato
Que agrade o insensato
O insenso envenenado
Não, não desejo o mal
Eu crio um fado
Para fabúla sem final
Eu sou a intenção de ser
Estou com um pé em cada lado
Por saber o que irá acontecer
Eu cumpro o itinerário
Desde que me cumprimente
Viver não é necessário
Pois pense diferente
Viver não é necessário
Na morte até
O maior incensário
Criar, é
Licença
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