Meus dias, que já foram colossais
E as noites de paixões enluaradas,
Agora, são esquecidos sinais;
Estrelas que pisei nas madrugadas...
 
Meu pó, ao sabor dos vendavais,
Se espalha pelas ruas e calçadas,
E gotas cintilantes de cristais,
Deslizam nas minhas faces cansadas...
 
Meu corpo, como as roupas nos varais,
Acena para os eternos umbrais,
No anseio de amenas alvoradas...
 
Meu porto de estrelas apagadas,
Espera pelas naus, que naufragadas,

 
Jamais hão de encontrar um novo cais...

Jorge de Oliveira
© Todos os direitos reservados