MAIS UM TRAGO, POR FAVOR!
Lembro, ainda era pequeno,
Quando quis experimentar,
Diziam que era veneno,
Mas queria sentir o ar...
E era viciante,
E foi isso que eu me dei,
No primeiro trago,
Senti que já viciei...
Pegava na mão o cigarro,
Alguns chamavam de caneta,
E me sentia o maioral,
Já percebi que era "treta"...
Mas mal sabia eu,
Que a cada folha que ia,
Eu deixava estampado o sentimento,
E a cada sentimento eu morria...
Do meu cigarro, no cinzeiro,
Não saia fumaça,
SaÃa amor, saÃa raiva,
SaÃa tristeza e desgraça...
E o vicio virou doença,
Mas não atingiu o pulmão,
Desfez cada passo meu,
Fulminou meu coração...
Mas não dava para parar,
A mão chegava a tremer,
Com o cigarro na mão,
Era obrigado a escrever...
E cada ano que passa,
eu sinto que ainda piora,
E cada trago que dou,
Minha alma se deteriora...
E quando chegar o meu dia,
Folhei meus cadernos pra ver,
Verás que morri mil vezes
antes de finalmente morrer...
Fagner Mera
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