A vida é uma finitude plena.
Uma contemplação extrema na inconsistência das horas.
Pode ser de uma brevidade inatingível o meu agora.
Terminaria aqui o meu instante?
Ainda me resta a preciosidade de mais um dia ou da noite solitária?
Preciso estar só na minha angústia singular. Essa solidão inútil é o que   me arrasta ao próximo segundo de um tempo vago.
O corpo rígido me impressiona.
O  que pensou o suicida no tempo que antecedeu o delito?
Haveria alguma luz na proximidade do fim?
O que lhe restou além da fé e coragem?
Ali não jaz um ser covarde !
A alma outrora pecadora que já não é mais...é luz.
O meu Deus a guarda em sua misericórdia onipotente.
Outros lamentam  incrédulos e sofrem na impotência da sua dor.
As lágrimas não bastariam para uma eterna incompreensão.
Perco o sono, os sentidos.
Faço uma prece.
Assim seja .
 

Luciana Araujo
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