Para quê ajunto coisas num quarto frio e fechado

se lá fora espalha seus cintilantes peixes

o miraculoso rio,

rumo ao mar,

casa do seu descansar,

mansarda aquecida, longe do frio?

 

Para quê ajunto palavras e as aperto

dentro de uma poesia como fossem versos

que dizem coisas que me vão no coração

se posso deixá-las que voem e criem

suas poesias quase que feitas à mão?

 

Para quê amo alguém e o trancafio

dentro do cofre cheio de segredos,

se  teço com tristes e ciumentos fio

um amor cheio de medos,

onde o ser que é amado

passa o tempo trancafiado

atrás das grades dos meus dedos?

 

Para quê aceito a loucura dos homens insanos

se o maior dos planos

é viver em paz

como se guerras e inúteis possessões

de atingir-nos já não fossem capaz

de resolver os problemas que temos

sobre este planeta belo e azul

em que vivemos?

 

 

 

 

Prieto Moreno
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