As estrelas foram seduzidas pelo meu libido,
Uma a uma despencou sobre minha graça,
Em desespero os céus pediram: desfaça
Este feitiço... Estamos desnudos e maltrapilhos...
 
Quê serão das noites sem o luzir das estrelas?
Intensas trevas derramam solidão e melancolia,
Num universo inóspito nas palavras não há poesia
E a morte será porvir... não há vida sem percebê-las!
 
Isento-me de culpas...Elas se renderam aos talentos,
Viçam na arte emoções, volúpia e sentimentos
E no coração do poeta fazem idílio e morada...
 
Espesso pranto cobriu a face triste dos astros
E numa atmosfera de sensações vi-me ingrato
A compilar no cosmos uma desfaçatez sazonada!

Ivan de Oliveira Melo
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