Um dia, já cansado de observar o céu nublado

Voltei-me à terra e seus eventos repetitivos.

Filme do século XX, lá pelos anos de 1920 ou 1930.

Meus instintos despertaram para a monotonia...

Mexi nos livros do meu quarto; mais de quatrocentos

E não li nem um terço deles... Pena...

 

E remexendo em busca de um título ou frase impactante,

Deparei-me com o mofo. Sim, o mofo.

Que dizer disso? De um evento tão banal?

Banal? Mas um dia o livro foi novo e agora há o mofo.

Nos tempos em que este livro foi novo, havia um velho cheio de mofo.

O tempo passará e nós também seremos mofo.

E fica o mofo e nós passamos...

 

Jamais me esquecerei do cheiro, da textura, da cor...

E tudo tem a ver com o tempo a desgastar o próprio tempo.

Mas pra que se preocupar com tudo isto afinal?

Tudo o que resta e restará, tudo o que sou e seremos é mofo.