Não mais coleciono palavras,

as mesmas que nunca disse.

Não mais recito poesias,

mesmo as dos imortais.

Não mais construo planos,

mesmo artificiais.

Não mais exercito o corpo,

a alma muito mais.

Não mais corro para os abraços,

teus beijos a minha paz.

Não mais recordo os sonhos,

os pesadelos são reais.

Não mais me entorpeço,

a insanidade me satisfaz.

Não mais celebro a vida,

pois não me pertence mais. 

Fábio Avanzi
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