Quando eu já não mais estiver aqui,
Quem dos compassivos derramará uma lágrima
Sobre a morbidez do meu túmulo?
Não lamentes por eu ter partido assim,
As madrugadas continuarão serenas,
Não podemos acalentá-la _ deixa o vento soprar!

A tua suavidade tão falsa me sufoca sempre...
Não interrompa a lágrima que banha a face pálida,
A tua dor e o teu sofrimento hoje são angustiantes,
Vejo no teu semblante o quanto a tua alma sofre _
A humanidade é sórdida demais _ ignore!
O homem é posto diante da sua própria sorte...

Preciso confessar os meus pecados_ 
São pesados demais para serem pesados...
Sou eu mesmo que velo na solidão o eu livramento...
A dor parece rasgar o meu peito brutamente,
Querendo arrancar a minh’alma o quanto antes,
Tortura que só aumenta a minha tormenta...
 
Quando eu já não mais estiver aqui,
Então o meu corpo já terá sido baixado,
E o meu nome eternizado nesses versos sombrios...
No leito de morte não brilha luz;
A chama que arde é obscura...
A dor que castigava agora caba...
 

Jairoberto Costa
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